Sentir dor no joelho ao final do dia, depois do treino ou durante o trabalho, é comum para muitas pessoas ativas. Mas, e quando essa dor persiste por semanas, ou até meses? Não passa nem com bastante repouso, nem depois de colocar compressas de gelo? Pode ser sinal de que algo está errado.
Se você está lidando com uma dor no joelho que não passa, é hora de encontrar um bom ortopedista, especialista em joelho e investigar as causas, porque, em muitos casos, o problema pode estar em lesões internas que exigem acompanhamento e tratamento adequado.
Dor no joelho constante pode ser sinal de lesão
Nem toda dor no joelho é apenas “cansaço” ou “falta de alongamento”. Para quem faz atividades que forçam muito o joelho, seja praticando esportes, trabalhando muito tempo em pé, sobe e desce escadas com frequência ou já sofreu algum trauma, há altas chances dessas dores serem, na verdade:
Lesão no menisco
O menisco é uma estrutura em forma de meia-lua no joelho feita de fibrocartilagem. Ele serve para absorver e amortecer impactos entre a tíbia e o fêmur.
É muito comum que atletas de esportes de alta intensidade, que fazem muitos movimentos bruscos e de rotação, tenham lesões no menisco.
Os sintomas mais comuns dessas lesões geralmente envolvem dor no joelho, inchaço, rigidez nas articulações e até estalos no joelho, como uma catraca.
O tratamento para esse tipo de lesão deve ser feito com acompanhamento profissional. Dependendo da gravidade, pode envolver desde compressas de gelo e repouso até uma cirurgia simples e eficaz, a artroscopia no joelho, Se tiver interesse em saber mais sobre esse procedimento, clique aqui.
Lesão no ligamento cruzado anterior (LCA)
O ligamento cruzado anterior (LCA) é uma estrutura muito importante dentro do joelho. Trata-se de um tecido fibroso que liga o fêmur à tíbia e contribui muito para a estabilidade, especialmente nos movimentos de rotação.
É muito comum lesionar o LCA em esportes de alta intensidade. Ocorre com frequência em esportes como futebol, vôlei, judô, beach tênis e basquete. A lesão ocorre justamente nos movimentos de rotação do fêmur e da tíbia, como giros ou cortes com o corpo.
Os principais sintomas da lesão do LCA costumam ser dor profunda, inchaço e sensação de instabilidade no joelho, como se ele fosse “falhar”. A dor e o inchaço geralmente melhoram nos primeiros dias, mas isso não significa que o ligamento se recuperou. Sem o LCA, o joelho continua instável e, com o tempo, isso pode causar novas lesões, como rompimento de menisco ou desgaste da cartilagem.
As lesões no ligamento cruzado anterior raramente “cicatrizam” sozinhas, geralmente é necessário fazer uma cirurgia de reconstrução ligamentar, que utiliza enxertos de tendões para substituir o ligamento lesionado. Se você quer saber mais sobre a cirurgia para a lesão no ligamento cruzado anterior, clique aqui.
Tratamentos não cirúrgicos como Fisioterapia para fortalecer os músculos e órteses para estabilizar e proteger os joelhos também são trabalhados junto com a cirurgia para auxiliar a recuperação.
Condromalácia patelar
A condromalácia patelar é uma dor no joelho causada pelo desgaste da cartilagem articular da rótula (ou patela). É uma das condições mais comuns que afetam a articulação dos joelhos, além de ser mais frequente entre as mulheres.
Esse desgaste pode ocorrer por diversos fatores, como idade, excesso de peso, sedentarismo, subir e descer escadas demais no dia a dia.
Quatro graus de intensidade da condromalácia patelar:
Grau 0 – Normal
Grau 1 – Anormalidade do sinal da cartilagem, mas parece arquitetonicamente intacta
Grau 2 – Desfiamento da superfície ou defeitos focais envolvendo menos de 50% da espessura da cartilagem
Grau 3 – Defeitos envolvendo mais de 50% da espessura da cartilagem, sem edema ósseo
Grau 4 – Defeito/perda de cartilagem de espessura total com edema de medula óssea associado
Nos estágios iniciais, a condromalácia patelar é silenciosa, causando um leve desconforto que pode ser confundido com cansaço. Mas conforme vai progredindo, seus sintomas vão ficando mais evidentes, como dor ao redor da rótula, especialmente ao subir e descer escadas e rampas, inchaço e ruídos ao movimentar a articulação, como uma catraca. Também é comum doer quando se passa muito tempo em repouso, sentado ou deitado.
No caso da condromalácia, normalmente, o tratamento não exige cirurgia para melhorar. Ele é feito sob acompanhamento do ortopedista e geralmente envolve fisioterapia, compressas de gelo e exercícios de fortalecimento. O tratamento é longo, podendo demorar até 6 meses para começar a fazer efeitos.
Em alguns casos, podemos lançar mão de infiltrações articulares, como o ácido hialurônico, promovendo um alívio mais rápido dos sintomas e criando uma “janela de oportunidade” para o tratamento.
Caso o grau da lesão seja muito grave, pode ser necessário realizar a artroscopia do joelho para melhorar.
Instabilidade ligamentar ou patelar
Sentir que o joelho está instável, se movendo de um jeito estranho e até “saindo do lugar” pode ser sinal de instabilidade patelar ou ligamentar.
Isso ocorre quando a patela não consegue se encaixar corretamente na tróclea do fêmur, um sulco em formato de “V”, justamente onde ela deveria se encaixar. Essa condição pode levar a deslocamentos graves e a luxações na região. Ela pode ser gerada por desalinhamento patelar, fraqueza muscular, lesões anteriores e até anomalias anatômicas.
Já a instabilidade ligamentar está relacionada ao afrouxamento ou lesões dos ligamentos do joelho, especialmente o ligamento cruzado anterior (LCA) ou os ligamentos colaterais. Ela gera a sensação de que o joelho vai “falhar” ou “dobrar sozinho”, especialmente em movimentos bruscos.
Os sintomas mais comuns destas condições também são dores no joelho e inchaço, mas também dão a sensação de falseio e insegurança ao pisar, além de aumentar o risco de outras lesões e limitar gradativamente os movimentos do joelho.
O tratamento para estas instabilidades ligamentares depende bastante do tipo específico e da gravidade do problema, mas geralmente envolve fisioterapia, exercícios de fortalecimento, reeducação postural e órteses. Também pode envolver cirurgias como reconstrução de ligamentos e realinhamento da patela.
Artrose inicial
A artrose, muito comum em idosos, é um dos tipos de lesões mais comuns no joelho. Ela ocorre por conta do desgaste natural da cartilagem do joelho. Geralmente por causa da idade, mas também pode ocorrer por sobrepeso ou por forçar demais os joelhos sem o preparo adequado.
Ela é caracterizada por uma dor persistente que pode aumentar com o tempo, além de rigidez nas articulações pela manhã e uma sensação de “areia no joelho”. Esses sintomas podem se intensificar, especialmente após atividades físicas, e com o tempo pode afetar a capacidade de realizar atividades físicas.
Como a artrose é uma doença degenerativa, o tratamento visa mais controlar os sintomas que afetam a mobilidade. Isso pode ser feito por meio de remédios e exercícios de fortalecimento. Em casos refratários que não melhoram com o tratamento, pode ser necessário realizar infiltrações articulares, ou até mesmo cirurgias.
“Posso tomar remédio para passar dor no joelho?”
Para ajudar a aliviar a dor, você até pode tomar alguns analgésicos e relaxantes musculares, mas consultar com um ortopedista é essencial para garantir que está tudo bem e que não está postergando um tratamento que pode te ajudar.
Gosto sempre de lembrar que o tempo tem impactos tanto positivos quanto negativos quando falamos de recuperação de lesões, e só um ortopedista experiente pode analisar o seu caso e ajudar a realizar um tratamento eficaz, garantindo a recuperação do melhor jeito possível!
“Dor no joelho que não passa precisa ir ao médico?”
A dor no joelho que não passa pode ser um sinal de lesões como ruptura de menisco, LCA, condromalácia, instabilidade ou até desgaste precoce da articulação. Ignorar os sintomas ou adiar a avaliação pode piorar a situação com o tempo.
Com a avaliação certa, você entende o que está acontecendo e já começa a cuidar da forma mais segura possível.
Está sentindo dor e acha que não é só “cansaço”? Agende sua consulta e vamos investigar isso juntos.
O Dr. Luca Sato, ortopedista e cirurgião especialista em joelho, atende em Curitiba e Araucária e pode avaliar seu caso com cuidado e atenção.